CURSO DE MÚSICA
Este curso será bastante objetivo e o leitor deve aprender praticando. Não se preocupe em decorar tudo na primeira leitura, mesmo não entendendo bem a teoria, vá lendo e praticando, cada dia um pouco, e logo terá aprendido. O ideal é que o estudante possua pelo menos um piano infantil, um programa para computador que faça a simulação de um piano ou uma flauta doce (se souber soprar um pouco) ou outro instrumento musical que lhe permita praticar.
Não dispondo de algum instrumento poderá baixar um software de piano para computador ou treinar em um teclado de site de jogos sem baixar o arquivo. O piano eletrônico 2.5 é muito bom para isto. Para fazer exercícios em partituras poderá baixar o excelente programa freeware MuseScore, fiz as figuras deste curso com o mesmo. Logo que puder adquira um livro de teoria musical e um método para o instrumento musical que pretende tocar.
A música é composta por três elementos fundamentais: Melodia, Harmonia e Ritmo.
Melodia
A melodia é o solo ou canto e por ela é que reconhecemos uma determinada música. Ex: quando se ouve assobiar "Foi na cruz foi na cruz onde um dia eu vi..." logo se sabe qual a música.
Harmonia
A harmonia é o acompanhamento feito pela combinação de várias notas, adequadas, tocadas ao mesmo tempo (ou quase ao mesmo tempo, nos arpejos). Ela enriquece o todo. Ex: Enquanto alguém canta outro toca os acordes apropriados no violão fazendo a harmonia.
Ritmo
O ritmo é o que distingue o estilo da música: Marcha, valsa, samba, etc. Ex: Um pandeiro, uma bateria entre outros marcam o ritmo. Esta marcação é em termos de batidas fortes e fracas. Ex: Uma marcha (lembre da batida do bumbo em um desfile de sete de setembro) Um - dois - Um - dois ou de um comandante marcando a marcha dos soldados.
Veja agora que a velocidade do ritmo pode variar, ou seja, o Um - dois pode ser mais rápido. Esta alteração da velocidade, entretanto, não modifica o ritmo. Treine um pouco mesmo que seja marcando com o pé ou batucando na mesa.
Leia o que está abaixo. Pegue o seu instrumento musical e comece a praticar .
Notas Musicais
Existem sete notas musicais Dó - Ré - Mi - Fá - Sol - Lá - Si.
Mas usando os mesmos nomes nós podemos designar outras notas mas que estarão em oitavas diferentes e serão sons de frequência diferentes. Frequência é o número de vibrações por segundo. Quanto menor a frequência mais grave (baixo) é o som. Vejamos:
Dó - Ré - Mi - Fá - Sol - Lá - Si - Dó - Ré - Mi - Fá - Sol - Lá - Si - Dó
Conte do primeiro Dó ao segundo e veja que são oito notas, o mesmo do segundo para o terceiro, e a mesma coisa em relação as demais notas quanto as suas similares. O segundo Dó está uma oitava acima do primeiro e o terceiro duas oitavas acima do primeiro. O segundo é mais alto (agudo) que o primeiro. Alto e baixo neste caso nada tem haver com o volume sonoro. Toque e confirme isto.
Pauta ou Pentagrama
As notas musicais são escritas na pauta, que é um conjunto de cinco linhas horizontais e que formam uma partitura musical.
A pauta é composta por cinco (5) linhas e quatro (4) espaços e em ambos são escritas as notas musicais.
Observe que caberiam nove notas diferentes (conte na figura acima), justamente a soma de cinco linhas e quatro espaços.
Clave
Os nomes das notas, todavia, só podem ser conhecidos a partir do momento em que se define o nome de uma delas, em uma determinada posição na pauta, as demais estarão na sequência da escala Dó - Ré - Mi - Fá - Sol - Lá - Si. Definindo-se, por exemplo, que na segunda linha é a nota Sol logo sabe-se que no segundo espaço a nota é Lá; veja na escala. Para definir o nome das notas usamos a clave.
Clave é o sinal que dá nome as notas. A clave é colocada à esquerda na pauta. Existem três claves: Clave de Sol, Clave de Fá, Clave de Dó. Vamos trabalhar somente com a Clave de Sol, pelo menos por enquanto.
A Clave de Sol é colocada na 2ª linha, em consequência disto, a nota escrita na segunda linha é a nota Sol.
Você viu que a pauta só permite nove notas e vai de Mi a Fá uma oitava, mais uma nota, acima. Os instrumentos musicais, entretanto, tocam mais de nove notas, para isto usamos linhas e espaços suplementares inferiores e linhas e espaços suplementares superiores. Siga a escala Dó - Ré - Mi - Fá - Sol - Lá - Si. Comece pelo Mi no quarto espaço suplementar inferior, na figura abaixo, e complete as notas que faltam.
Observe que a linha suplementar é representada na nota para a linha em que a nota está e acima ou abaixo para as que pulou.
Aconselho que o leitor procure na internet algumas partituras feitas profissionalmente, para entender melhor a lição. Geralmente as partituras terão grupos com duas pautas e duas claves, mas considere só a de Sol por enquanto. Nas partituras você encontrará outros sinais e figuras que ainda iremos estudar, considere por agora somente o que já aprendeu.
Representei, na figura acima, representar a nota LÁ da segunda linha suplementar inferior, o SI do segundo espaço suplementar inferior, o DÓ da primeira linha suplementar inferior, o RÉ do primeiro espaço suplementar inferior e o DÓ da segunda linha suplementar superior. O aluno terá que achar ou montar o restante e ir memorizando aos poucos. Basta usar a escala e alcançar quatro espaços inferiores e três linhas superiores indo de MI a MI em três oitavas.
O DÓ da primeira linha suplementar inferior é o Dó da quinta corda apertada na terceira casa do violão e o segundo Dó do piano eletrônico 2.5 escolhendo 3ª oitava nas definições principais. Mas se você tocar as mesmas notas em oitavas diferentes, mantendo os intervalos entre as mesmas, a melodia não altera. Embora o resultado nem sempre seja agradável ao ouvido.
Como exercício faça agora uma pauta com tamanho adequado, coloque a Clave de Sol e as notas desde o MI no quarto espaço suplementar inferior até o MI na terceira linha suplementar superior.
Figuras ou Valores
Agora você já sabe identificar as notas musicais na pauta com a Clave de Sol. Vamos então tratar da duração das notas. É fácil entender que é possível e necessário tocar as notas por períodos de tempo diferentes, para isto usamos figuras que expressam valores relativos. Estas são: Semibreve, Mínima, Semínima, Colcheia, Semicolcheia, Fusa, Semifusa e expressam a duração do som (onde se executa a nota) e do silêncio (onde não se executa) conforme as figuras de duração das notas ou das pausas correspondentes. Não considere, no momento, as frações que estão nas pautas.
A semibreve vale duas mínimas e a mínima vale 1/2 semibreve.
A mínima vale duas semínimas e a semínima vale 1/2 mínima.
Logicamente a semibreve vale quatro semínimas e a semínima vale 1/4 da semibreve.
A figura de cima vale o dobro da figura de baixo mais próxima
Faça comparações com as demais como exercício. A semibreve vale 64 semifusas. Você precisa exercitar para entender. Música também é matemática.
A semibreve é considerada a unidade. Já existiram outra figuras de duração de notas no passado, mas caíram em desuso. Estas são: Máxima, Longa e a Breve,
Os valores de cada figura relativamente à unidade, que é a semibreve, são: Semibreve (1), Mínima (2), Semínima (4), Colcheia (8), Semicolcheia (16), Fusa (32), Semifusa (64)
Compasso
É a unidade que divide um trecho musical em grupos de tempos. No início da pauta à esquerda colocamos uma fração cujo numerador representa o número de tempos do compasso e o denominador a figura de valor que preenche cada tempo. Ex: 2/4 é o compasso binário dois tempos por causa do dois no numerador e a figura que preenche cada tempo é a semínima, a figura quatro, veja acima nos valores de cada figura. Um trecho musical com compasso binário terá um tempo forte (F) e um tempo fraco (f).
Todavia, pode-se preencher o compasso com uma figura maior, se couber. Uma que valha o dobro por exemplo, neste caso a mínima. Com notas de valores menores em maior quantidade, com pausas e com figuras pontuadas onde cada ponto faz a figura aumentar em duração metade do valor normal, isto é 1,5 vezes o valor normal. Uma semínima pontuada fica com o valor de uma semínima mais uma colcheia. Podemos até colocar mais pontos e a cada ponto aumenta 50% do valor total anterior .
Exemplos de compassos:
Binários (2/1, 2/2, 2/4, 2/8, 2/16, 2/32, 2/64)
Ternários (3/1, 3/2, 3/4, 3/8, 3/16, 3/32, 3/64)
Quaternários (4/1, 4/2, 4/4, 4/8, 4/16, 4/32, 4/64)
Os compassos 2/2, 3/4, 4/4 podem ser representados por 2, 3, 4 respectivamente. O 4/4 também por um C.
Os compassos podem ser simples ou composto. Quando o compasso é simples a unidade de tempo não precisa ser pontuada.
Alterações
São sinais que alteram a entoação das notas, elevando ou abaixando a altura da entoação. Eles são colocados à esquerda das notas.
Sustenido # - eleva meio tom. Por exemplo, de Fá passa para Fá sustenido.
Bemol b - abaixa meio tom. Exemplo, de Si passa para Si bemol.
Estes mesmos sinais são também empregados no início da pauta, para determinar que todas as notas, com o mesmo nome da posição em que se encontram sejam alteradas. Na figura acima a pauta apresenta dois sustenidos logo após a clave, um em Fá e outro em Dó, portanto, todas as notas Fá e Dó, mesmo nas linhas suplementares estarão elevadas em meio tom, a menos que se indique o contrário pelo sinal de bequadro que anula este efeito.
Na figura abaixo colocamos um bemol na 3ª linha que é a nota Si (na Clave de Sol) todos as notas Si serão abaixadas em meio tom e tocaremos a nota Si bemol, exceto quando houver um bequadro antes. Esta colocação de alterações no começo da pauta dá a tonalidade da música. Quando a alteração é colocada antes da nota ela valerá para todas as notas do mesmo nome naquele compasso.
Bibliografia
Livro de Teoria Musical Princípios Básicos da Música Para A Juventude - Maria Luisa de Mattos Priolli Casa Oliveira de Músicas;
Método de Flauta Doce - Mário Mascarenhas - Irmãos Vitale;
Como Compor Música Facilmente - Fernando Azevedo.